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terça-feira, 10 de março de 2009

Uma ideia leva a outra









Inspiração?




Impressionante como, às vezes, lampejos aparecem. Ainda bem. Uma vez ou outra surgem coisas bastante interessantes.

Mas muitas vezes, eles escapam. Por milímetros, centímetros, décimos, segundos, frações...

Eles estão tão perto mas tão longe ao mesmo tempo. Você tenta alcançá-las e não consegue. Ou não pode mesmo.

A sensação não é boa. Por um detalhe, tudo aquilo que estava logo ali, desaparece. Você começa a correr atrás como louco, mas simplesmente não chega aonde quer.

Mas tudo tem uma lição. Se eu escrevesse ou gravasse logo ali, naquele momento, tudo seria registrado.

Por falar nisso, acho bem diferente essas duas maneiras de registro. Uma coisa é escrever no papel, com a letra surrada, em um guardanapo de bar, para depois ler em casa, com calma. A outra é gravar no MP3 e depois, no trabalho (porque "serviço" é menos aristocrático rs) ouvir sua voz supertosca soltar palavras enroladas, mas de um jeito compreensível.

Na escrita, a forma da sua letra transmite o momento exato e aquela sensação. Se a letra está mais bem feita, você estava em um lugar mais calmo. Se está bagunçada, foi redigida em um local mais agitado, às pressas. Esta é somente uma teoria pessoal. É uma alternativa de registro mais tradicional, que tem seu lugar. E o lugar que ela ocupa pra mim é norme.

No computador, tudo muda. Se você tá puto ou alucinado, a letra vai sair naquela fonte e tamanho. Pode ser que, se você estiver mesmo alucinado, ninguém entenda patavinas.

Voltando às ideias que somem, decidi registrar uma. Em um bar, sozinho. (tá vendo só como já aprendi a registrar as histórias?). Gosto muito de beber sozinho. Tem lugar e hora. E quando ela chega, é muito bom. Tem vez que vou em buteco e não estou afim de dar um pio, ficar na minha. Sei que isso pode ser um saco pra quem está ali. E muito estranho pra quem lê.

Enfim, no bar, resolvi anotar uma ideia que apareceu. Quando escrevi, no papel, "ideia", saquei do chute no saco que haviam dado, com a nova regra ortográfica, em paroxítonas, proparoxítonas, oxítonas, ditongos, hiatos e o caraleo. Finalmente! Achava tudo isso um saco! (é percado jornalista falar isso?)

Esse texto é uma prova de como as lembranças súbitas podem ser resgatadas. Santo inventor da caneta e do papel. Consegui pegá-las com um pensamento através de outro e ligar todos que haviam sido esquecidos há minutos, dentro do ônibus a caminho de casa, escutando Los Hermanos.

2 comentários:

Vinícius F. Magalhães disse...

Por isso sempre ando com uma caneta no bolso! ;)

Rebeca Arrais disse...

sinceramente?
bem "louco" vc... mas num é q eu gostei?! =)

"A sensação não é boa. Por um detalhe, tudo aquilo que estava logo ali, desaparece. Você começa a correr atrás como louco, mas simplesmente não chega aonde quer.
Mas tudo tem uma lição."

Concordo em gênero, numero e grau!
E como vc mesmo disse: Ainda bem q é assim.

Quanto à escrita, sou adepta do teclado mesmo, caneta só para as emergencias!