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domingo, 16 de dezembro de 2012

Mudança repentina


Fiscal do aeroporto internacional, era daqueles linha dura, não deixava passar nada.

Só de bater o olho, já decidia se ia aliviar ou não, com poucas exceções. Moças bonitas, crianças, idosos e deficientes eram liberados.

Todo o resto sofria, ainda mais quando a aparência merecia desconfiança.

Em um de seus vários dias ruins, viu o loiro cabeludo de longe. Tatuado, jaqueta de couro, carregando um violão nas costas, tipão de cantor. Esse não escapava.

Quando chegou perto para mostrar o passaporte, a situação piorou, quando um tripo piercing na orelha chamou a atenção, além de mais dois no nariz.

- 'No way', se limitava a dizer o fiscal, para desespero do artista, que já estava em cima da hora.

Com duas horas e meia de atraso, ele pôde entrar no palco, tudo culpa do funcionário que insistiu em não autorizar sua entrada. Produtor, empresário e até gente do governo teve que intervir para conseguir a liberação do astro internacional, que mal era conhecido pelo carrancudo senhor, que ainda teria uma surpresa ao chegar em casa.

A mulher tinha dois ingressos para o show da noite, presente do chefe. Não tinha como não ir. Mal sabia o esforçado esposo que estava prestes a ver seu desafeto em breve. Não se interessava por música, sua vida se limitava ao trabalho e família.

Antes mesmo da metade do show, já estava impressionado pela presença de palco do jovem artista. Conseguiu, por poucos momentos,pensar em como ele deveria ter se sentido mais cedo, querendo apenas entrar no país para fazer seu trabalho. Foi barrado, sem motivo, por um cara qualquer, provavelmente, um mal amado doido para estragar o dia alheio.

Viu-se numa posição detestável. Dali em diante, pensou menos no seu instinto, que poucas vezes funcionava. As aparências perderam valor e passou a tratar o trabalho como merecia, sem inventar situações apenas para mostrar alguma autoridade.

Mas a maior vantagem veio pelo gosto da música, que começou a ganhar forçar desde então, sem distinção de estilos e aparências.








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domingo, 4 de novembro de 2012

Cemitério de anões


Formado e desempregado, pai e separado, vivia no limite há anos. Poucos bens, como um carro de 12 anos de usado e algumas felicidades, como ir ver o time no estádio com os amigos.

Tinha, ainda, um imóvel. Um lote herdado pelo pai, há mais de 20 anos. Sempre pensou em fazer algo dali, mas a condição financeira e a preguiça só de imaginar no trabalho que aquilo daria impediam.

Mas foi em um desses jogos de futebol que veio a inspiração. Instantes antes da partida começar, o pequeno mascote cai duro no gramado. Entradas do time atrasadas, resgaste na ambulância e a notícia lá pelo final do jogo: o anão morrera, mal súbito bravo.

No dia seguinte, ouviu no rádio sobre a dificuldade da família em achar um cemitério de anões. Não havia nenhum na cidade e o mais próximo exigiria muito dinheiro dos entes queridos.

Não soube o que se sucedeu com o finado mascote, mas sabe que foi ele o causador da reviravolta em sua vida financeira.

Um mês depois do fatídico jogo, tomou a iniciativa de pedir um empréstimo e começar a limpeza do lote, que seria o primeiro e único cemitério da cidade exclusivo de anões.

Apesar de pequeno, o local comportava bem uma capela, um único local para velório e um bom jardim, com algumas árvores e sombras. A rotatividade de 'clientes' não era alta, mas o valor cobrado superava o custo que as famílias da cidade, com alto índice de pessoas daquela estatura, costumavam gastar para transporte e toda a produção de um funeral decente.

Ficou rico e não teve dificuldades para comprar o lote ao lado, quando 1200 caixões ocupavam todo espaço. Virou notícia de revista e jornal e sempre citava o episódio como inspiração de sua mudança. ...read more ⇒
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Semelhanças dentro e fora do bar



Garçom que é bom não basta ter um mínimo de escolaridade para saber escrever cachaça e outras pérolas.

Não basta ser educado, cortês, gentil e atencioso. Tudo isso ainda é insuficiente.

Um bar sem um bom garçom é como um time sem um bom camisa 10.

Não dá pra se omitir, tem que aparecer pro jogo o tempo todo. E o mais importante: jogar de cabeça levantada, saber se tem gente por trás, pela frente, pelos lados, com a mão levantada, pedindo bola ou somente mais uma cerveja.

Não dá pra ficar esperando a figura surgir, depois de tanta omissão. Tem que ser pró-ativo, não pode deixar sua ausência ser notada por um longo período. Se for assim, uma derrota pode ficar próxima.

O adversário agradece, a torcida que comparece se enfurece e não volta mais. Ponto pra concorrência, que tem no seu maestro sorridente um diferencial, sempre a postos para atender, sugerir e distribuir o jogo com elegância. Esse sujeito faz a diferença.

Tem gente que mesmo depois do apito final, fica por ali, seduzido pelo bom grado de quem não lhe esqueceu. Os acréscimos viram incontáveis saideiras.

Garçom ruim de serviço é igual volante da roça, que não olha para os lados e só chuta para onde o nariz aponta. Parece usar aquele cabresto, que impede que olhe para os lados, tem medo de levantar a cabeça e ver tudo que se passa ao seu redor. Mais tarde ou mais cedo (possivelmente mais bem cedo), a casa vai cair.

Torcida e clientela vão reclamar, se precisar falam até diretamente com o presidente.
 Garçom e camisa 10 de qualidade fazem a diferença, podem acreditar.

Dá até gosto de ver como ‘rebolam’ para dar conta de tudo, mostrando que o que parece difícil, não é tão assim. É tudo questão de prática, costume e vontade de querer sempre fazer o melhor possível .

Garçom ruim é pior que goleiro inseguro. A qualquer momento, tudo por ir por água abaixo.

Se uma cerveja demora, imagine a conta. Não sabe dar 12% das informações que lhe são perguntadas e gagueja quando deveria mostrar consistência. Uma bola fácil vira algo impiedoso.

Quando a bola chega, não sabe o que faz. Se solta ou se segura, se chuta ou se passa. Confiança e dedicação são fundamentais. O cara precisa querer e isso a gente percebe com poucos minutos de jogo. Ter uma referência que deixa a desejar não dá. Uma noite infeliz é sempre possível, mas várias seguidas é quase impossível, exige demais da paciência e boa vontade.

Não há torcida ou clientela que aguente. Não há bar ou time que vá pra frente
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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sem querer, o maior furo da cidade

Goleiro de pelada, daqueles que todo mundo queria no time. Saía até briga na hora de escolher. Normalmente, ficava no time mais fraco e acaba fazendo a diferença. 

Em um domingo despretensioso, logo no começo do jogo, percebeu uma alegre reunião bem atrás de seu gol. Conseguiu reconhecer um dos diretores de futebol de um dos grandes times da capital, que aproveitava o fim de temporada para descansar. Talvez o dirigente não tenha notado o goleiro logo do outro lado da cerca, ali pertinho. As várias cervejas com os amigos fizeram efeito. 

Apenas no primeiro tempo, já tinha conseguido ouvir uma meia dúzia de casos de deixar muita gente do futebol assustada. Jogador-travesti, pipoqueiro, chifrudo e mal visto. Falou mal até do presidente. 

A goleada de sua equipe permitiu que a linha do gol fosse seu local predileto durante o segundo tempo. Sempre que podia, ia para perto das redes, bebia uma água e conseguia fingir que se aquecia para escutar um pouco mais. Sentiu-se como um pequeno mosquito ouvindo uma conversa comprometedora. 

Foi quando o dirigente soltou uma bomba, aproveitando o ambiente descontraído e as várias cervejas. Seu time já tinha acertado a venda do maior craque. Futebol árabe, proposta irrecusável, muita grana para todo mundo. Era pegar ou largar.

Mesmo um pouco alterado, o diretor pede segredo de todos que estão ali. Com o aval de todos, ficou tranquilo e nem reparou no número 12 à sua frente. O goleiro não conteve o discreto riso com o pedido. 
Depois do jogo, o arqueiro não tardou a ligar para o editor. Na rádio, todos ficariam estarrecidos. O goleiro-repórter conseguiu passar despercebido pelo dirigente, que o conhecia de algumas temporadas e muitas entrevistas.

A bomba foi solta antes mesmo do dirigente retornar à capital. "Filhos da puta!", pensou, já incriminando os amigos da pelada. Sabia que sua carreira no clube podia desmoronar. Erro clássico e cruel.

A rádio foi a responsável pela divulgação da notícia em primeira mão. O nome do responsável foi exigido e o camuflado arqueiro foi apontado como o descobridor.

Procurado, o repórter, que em instantes, ganhou fama e credibilidade, fez questão de ressaltar o quanto apurou e investigou antes de ter toda a certeza no momento do anúncio. Fez um charme e saiu por cima.

Morreu poucos anos depois, com uma carreira de muitos amigos e pouco reconhecimento no rádio. Mas sempre seria lembrado como o único a 'dar o furo' da maior venda da história do tradicional clube da cidade. 
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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Amolatore de sucesso!

Já eram 11 anos naquela rotina, que muitas vezes não se repetia. Depois da separação e de ficar sem quase nada, resolveu tentar a sorte como amolador, prática que havia aprendido ainda quando criança. Conseguiu se virar bem, dava pra ganhar a vida amolando facas, tesouras e alicates de unha. Era feliz e satisfeito com o que tinha.

Para ganhar mais clientes, resolveu criar um chamado que seria só seu. Com ele, todos saberiam que Seu Silvério, aquele amolador simpático e um pouco acima do peso, estava chegando com seu bom humor tradicional, pronto para deixar tudo que fosse cortante na melhor das condições. "Olha o amoladooooor! Amolo facas, tesouras, alicaaates de uuunha', entoava várias vezes, em percursos variados e repetidos.

Nos lugares onde a clientela era boa, como na região de açougues e restaurantes, não tinha erro. Ali lucrava bem quase todos os dias. Difícil mesmo era nas residências, as donas de casa de hoje pareciam querer economizar mais que antigamente e não faziam muita questão de solicitar seus serviços, mesmo que soubessem, de longe, que ele se aproximava com seu grito facilmente reconhecível.

Mas foi na área nobre da cidade, cheia de prédios de luxo, que sua vida ganhou uma reviravolta. Abordado por um senhor de idade, perguntou logo o que ele queria amolar e foi surpreendido. "Na verdade, o que me chamou atenção foi sua voz. O senhor tem um belo gogó e gostaria de convidá-lo para fazer um teste. Sou maestro e nosso tenor está adoentado, não deve ter mais condições de se apresentar. Acho que você pode substituí-lo à altura", convidou, aproveitando ainda o fato de ter o biotipo de um 'Pavarotti' piorado.

Sem muito a perder, Seu Silvério compareceu ao teatro após o expediente e ficou maravilhado com o tamanho e estrutura daquela casa que só conhecia de nome. Recebeu as orientações para o teste, que seria feito para duas pessoas além do maestro. Em poucos instantes, todos se surpreenderam com o timbre do amolador, que, no ato, recebeu convite oficial para substituir o velho tenor. Algumas adaptações teriam que ser feitas, uma dicas aqui, outra ali, mas tudo bastante possível.

Na temporada seguinte, a ópera já teria Don Silverone como principal elemento.

Se os ensaios já lhe davam uma boa renda, as apresentações foram mais que suficientes para que ele abandonasse os amoladores. Era grato por tudo que a profissão tinha lhe proporcionado, mas não podia negar o novo rumo que sua vida tinha tomado.

Ganhou fama e sucesso, conheceu Itália, Inglaterra e França. Apresentou-se em casas tão espetaculares quanto seu local de ensaio e sua voz ganhou o mundo. Para completar o sucesso profissional, se destacou como o único que chegou a compor uma obra que seria apreciada por meio de sua potente voz. 'Amolatore' era a canção principal e o ápice das apresentações ao redor do mundo. Uma história de quem saiu das vias e ruelas do interior para os palcos de grandes teatros do mundo, aplaudido de pé por quem mal sabia de sua trajetória.


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terça-feira, 17 de julho de 2012

Na mesma moeda

Depois de doze anos treinando times masculinos, chegou a hora de mudança. Optou por treinar um time feminino, recém-formado, com boa estrutura e salário de ponta, jogadoras de alto nível e boa possibilidade de retorno. A principal mudança nem lhe passou pela cabeça.

No masculino, após os treinos, a reunião no vestiário era obrigatória. No feminino, queria fazer o mesmo. O contato diário com os atletas era uma de suas preferências, acreditava que isso ajudava muito na formação de um grupo qualificado e unido.


Passados vinte minutos do fim do treino, não se deu conta do que estava prestes a acontecer.

As conversas que vinham do vestiário não foram suficientes para chamar sua atenção. Ele era o único homem da equipe inteira e só foi perceber isso, de verdade, quando abriu a porta e se deparou com uma cena que ficaria guardada na sua memória por muitos anos.

Algumas ainda se despiam, enquando outras caminhavam para o chuveiro. Algumas já molhadas se preparavam para começar a trocar de roupa. Uma outra se maquiava no espelho, nua. E ele ali, na porta do vestiário, mudo. O silêncio atingiu todo o ambiente, tudo parado. Ninguém se mexeu nos longos segundos de encaradas.

O pouco tempo foi suficiente para prestar atenção em tudo que acontecia e para se deparar com a situação mais embaraçosa em seus vinte anos de carreira profissional.

No dia seguinte, treino normal, por incrível que pareça. As jogadoras pareciam nem se lembrar do dia anterior. Aliviado, se lembrou de esperar para tomar seu banho.

Na saída do chuveiro, viu que sua mochila tinha sumido e foi surpreendido pela entrada de todas as atletas do grupo, que o viram como viera ao mundo.

Recompensadas, elas revidaram o imprevisto e acabavam com a vergonha que tinham passado. Na mesma moeda, descontaram aquela sensação e agora sim podiam começar a temporada sem ressentimentos. ...read more ⇒
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Olho gordo, bola magra

Era seu primeiro ano em um grande clube. Tinha somente 20 anos e duas boas temporadas pelo time do interior do Estado foram mais que suficientes para sua contratação. Chegou com algumas dúvidas, mas já tinha recebido oportunidades e aproveitado bem.

Ainda tímido, procurava se adaptar a nova rotina. Concentração de luxo, com quartos arrumados, alimentação de qualidade, estrutura impecável. Ainda custava a acreditar na oportunidade que estava recebendo. Humilde, procurava se enturmar aos poucos e evitar de 'força a barra' para acelerar o processo de entrosamento com o restante do grupo. Acreditava que tudo aconteceria naturalmente.

Surpreendeu-se em como havia saído bem na entrevista coletiva, a primeira de sua carreira. Antes, era só entrevista para rádios na beira do campo e olhe lá. Mas agora não, tudo era novidade, mas soube se segurar para evitar o deslumbramento.

Dias antes do que poderia ser sua estreia, o craque do time, que ainda mal o cumprimentara, sofria com uma infecção intestinal. A possibilidade de ver um novato entrar no seu lugar o motivou a se recuperar prontamente. Ficou para a próxima, quando o 'astro' se contundiu no final do jogo. Sem alarde, o jovem entrou e deu passe para gol, nada demais. Estava apenas fazendo seu trabalho. Mas percebeu rapidamente que o estrelato ali era diferente. A coisa pegava mesmo e tinha gente se achando mais do que merecia.

A badalação com o camisa 10 era constante. Especulações eram diárias e tudo que o meia fazia, virava notícia. E o moleque lá, na dele, sem se importar com tudo que acontecia ao seu redor. A relação com o concorrente praticamente não existia. Sem conversa e olhares distantes, nada amistosos.

Tentou se segurar, mas a arrogância do concorrente era tamanha que começou a desejar alguns percalços. O efeito aconteceu no dia seguinte. Jogada simples, tentativa de arrancada e ruptura do ligamento da estrela. Seis a oito meses parados e uma vaga aberta para o jovem negro do interior.

Depois da titularidade e alguns bons jogos, a queda. Não conseguia produzir mais e começou a desconfiar que a má fase tinha relação com o 'olho gordo' que colocou sobre o titular de antes. Nunca havia feito isso antes, não era disso, mas o incômodo acabou forçando o desejo, que acabou se realizando.

Começou a torcer para a recuperação e a boa fase logo voltou. Seu maior desejo era que ele voltasse logo e que a disputa pela posição fosse sadia. Se merecesse a vaga, ganharia na bola e nenhum estrelato poderia impedir isso. Ficou impressionado como um favor extra-campo causava interferência no seu rendimento.

Começou a pensar positivo para tudo e mais coisas boas aconteceram. Ganhou a posição e deixou para trás o antes garantido titular.Transferido, descobriu em uma das 'resenhas', que o craque que permaneceu no clube era de 'secar' os colegas de trabalho com intensidade. Tinha medo de perder o status de celebridade e a vaga no time. O futebol não era prioridade.

A certeza sobre o poder de uma mente foi reforçada. Pensar positivo e querer o bem faziam toda a diferença e deixavam o caminho mais aberto para o aproveitamento de oportunidades. Depois de pouco tempo, percebeu que mesmo jovem, era mais maduro que o 'experiente' meia, que custou recuperar o bom futebol.

Alguns diziam que eram 'coisas da bola', mas na verdade, tinha mais, que poucos saberiam o que era e que fazia tanta diferença dentro das quatro linhas. Se contasse, era difícil de alguém acreditar. ...read more ⇒
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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Feliz ano novo, de um jovem carrancudo e muitas vezes pessimista

Há algum tempo comecei a perder o gosto por Natal e Reveillon. As festas de final de ano meio que perderam a graça para mim, não sei por qual motivo. Admito que não me orgulho disso, apenas revelo o sentimento. Acho que pode ser fruto dos anos que chegam e passam. Anos atrás, a coisa tinha um sabor mais especial, mas hoje não é a mesma coisa.

Mas nem por isso deixei de refletir e imaginar em tudo que aconteceu no ano que terminou e nas perspectivas para o ano que se inicia. Se nem ao menos uma simples reflexão acontecesse, era realmente para eu ficar preocupado e incomodado.

Natal é época do nascimento de Jesus Cristo, período onde todos resolvem colocar uma boa dose de amor no coração e fazer doações para os mais necessitados. Paralelamente a isso, chuvas que inundam e destroem casas aumentam essa vontade de dar um pouco a quem realmente precisa.

Mas por que somente no Natal isso acontece? O ideal não seria termos esse espírito de contribuição e afeto durante todo o ano? Logo no Natal começamos a ver campanhas e mais campanhas, números de telefone para doações, pedidos de ajuda por todos os cantos. Claro que campanhas acontecem durante todo o ano, mas em uma frequência bem menor.

No final do ano, a carência aumenta, mas quem precisa mesmo, precisa o ano todo. Não seria mais prudente a benevolência aparecer com mais regularidade?

Para o reveillon, o status também apresentou uma queda. Nada mais do que um dia que passa e outro que chega. Reforço que foi inevitável refletir sobre tudo que aconteceu e sobre o que pode ser melhorado para o ano que chega.

Mas não é a mesma coisa de anos anteriores. Mesmo assim, aparece aí uma oportunidade para novas ações, lições e aprendizados. Uma pequena lista que fiz na virada passada me motivou a ver a virada deste ano com um pouco mais de amor no coração. Dos cinco itens que listei como desejados, cumpri todos: fazer pilates, tratar meu ombro, me formar, arrumar um emprego e começar a juntar alguma grana, depois de finalmente começar a receber um salário digno após ingressar no novo emprego.

Para 2012, as metas mais importantes são perder alguns quilinhos e continuar juntando algum valor por mês. Acho que dá para realizar numa boa.

Apesar de toda a descrença, acredito fielmente que o ano que chega será melhor que o que passou e que com o tempo, fico mais chato e seletivo, mais carrancudo e pessimista, apesar de todo o sentimento de amor e solidariedade que insiste em invadir meu coração.

Feliz ano ano... ...read more ⇒