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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Ansioso cheio de prontidão


Ansioso e paranóico, mas tinha um coração daqueles. Se o pessoal que o conhecia somente pela 'pilha', ficasse sabendo do tamanho da bondade que tinha ali, trucava no ato.

Mas tinha hora pra tudo. Mais pra ficar puto com tanta falta de paciência que o consumia em quase todos os dias. Mas também tinha dia para relaxar e mostrar um outro lado.

A bondade, no entanto, não tinha hora pra aparecer. Em alguns momentos onde se jurava que o cara ia explodir, ele abria o coração e mostrava um lado ainda desconhecido por muitos.

Alguns o taxavam de louco. Mas, também, o que dizer do cara que comprava isqueiro só pra acender cigarro dos outros? Tinha sempre um de prontidão, assim como uma caneta.

Assim que via alguém com um cigarro na boca, já chegava quase assustando a figura, com a chama acesa. Não foram poucas as vezes em que o cigarro já estava aceso e a ansiedade aparecia como traidora, o fazendo sair de fininho, com um ou outro rindo pelas costas.

No chaveiro, um abridor de garrafa. Perdeu a conta de quantas já havia aberto para clientes e garçons ao lado. Aquilo ali já lhe rendera algumas amizades de boteco e poucas conquistas rápidas, regradas a algumas cervejas abertas exclusivamente pelo companheiro de bolso.

A fama de louco e bondoso sempre lhe rendeu boas lembranças por parte dos outros.

Quando morreu, não deu outra. Virou um anjo da guarda. Ainda sem paciência, mas cheio de prontidão.

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