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sábado, 12 de setembro de 2009

Rastafari!






Desde que comecei a gostar de reggae há uns oito anos, percebi que um assunto sempre estava ligado ao estilo musical. Em vários dos shows e movimentos em que eu ia ou encartes e artes de discos relacionadas ao tema, a palavra rastafari aparecia. Artistas gritando 'Jaaaaah' pra galera responder 'Raaaastafari' em apresentações eram comuns de se ver.

Hoje sei bem mais do que antigamente, mas ainda é pouco referente a complexidade do assunto. Mas aprendi muitas coisas e a ligação parece ser tão espontânea e natural como com a batida de Marley. Não que eu queira ser um rasta, nunca tive essa pretensão. A palavra rasta simboliza muito mais do que muitos pensam e acho que pode ser resumida em estilo de vida. Um estilo de vida consciente que abre mão de muitas coisas pela causa. Não se pode deixar de dizer que trata-se de uma vida cristã, longe da figura que muitos possam pensar.

Para exemplicar algumas ações, o rasta não deve cortar os pêlos do corpo e não consumir nenhum tipo de alimento em que o sofrimento se fez presente, como carnes, peixes, ovos e laticínios. Restam aí os grãos, arroz, feijão, batata, mandioca...O que puder ser plantado, tá dentro. A ligação com a natureza é extrema e adequada, sem abusos e retirando o necessário para a sobrevivência, como alimentos e remédios. A maconha é somente mais uma das plantas utilizadas pelos praticantes.

Longe da gana e busca pelo dinheiro, acreditam que precisam de muito pouco para viver uma vida digna. O reggae rasta é bastante diferentes dos outros reggaes existentes. A batida roots é quase uma obrigação e as letras a favor de uma revolução com tons de contestação, protesto e igualdade são ideais fixos. A glória nas alturas a Selassie é a maior profecia da crença.

Fica difícil explicar a empatia. Mas é algo que não custa ser respeitado e visto com outros olhos. Muitos falam antes de conhecer, o preconceito em carne e osso.

Com o tempo, fico sabendo de várias coisas. Uma das que mais me atrai são as histórias da Bíblia, sugeridas por bandas como Ponto de Equilíbrio, Leões de Israel, Jah I Ras. Todas roooooots!

Recentemente ganhei uma Bíblia de presente e pretendo ter conhecimento sobre os acontecimentos que rodearam tantas pessoas e lugares como Jó, Davi, Rio Jordão, Monte Sião, própria Babilônia e os tão falados reis, rainhas e profetas. Dizem por aí que todos devem ler o Livro da Vida. Reggae para mim não é modinha, parece que corre no sangue.

Não me vejo como um rasta. Mas ter satisfação por conhecer o estilo de vida e querer ter causa e conhecimento para falar do assunto não me fogem. Uma banda de reggae de BH citou uma vez ser muito sério bandas do gênero escreverem "Queima a Babilônia" e "Jah Rastafari" em suas criações. Concordo 100%. Não é assim da boca da fora que essas expressões devem ser externalizadas. É preciso ter conhecimento e respeito. É muito mais do que gostar de reggae e achar que porque tem uma bandinha com as três cores da unificação atrás do palco que se pode soltar esser blábláblá.

Fica o documentário com a banda Jah I Ras para ilustrar o que estou falando. Há poucos meses, tive a sorte de entrevistá-los. Saca só.









1 comentários:

jaapensouhoje disse...

Acho que entendo um pouco da sua relação/paixão com o reggae.
Bob principalmente me faz lembrar a minha infância correndo pelas ruas, perto da minha casa com a molecadinha e se divertindo horrores, no sentido da simplicidade de que é preciso apenas de pouco para conseguir prevalecer um sorriso no rosto. Sem toda essa tecnologia que cerca as crianças dos dias atuais.
Lembro-me também que me amarrava no Nativus, - fechava os olhos e saia andando, cantando com um sorriso - que atualmente é Natiruts.
Já tive o privilegio de assistir ao um show do Ponto de Equilíbrio. Realmente a energia que eles passam não tem explicação.
Não curto reggae por modinha, acho que cresceu comigo diretamente e indiretamente.
Modinhas existem e sempre vão existir, para os modinhas é uma pena, não sentem a verdadeira energia passada, penso eu. Moda modinha, uma hora vira inha, pagininha viradinha, amém rs
Agora referente ao documentário parabéns cara, parabéns mesmo e que sorte a sua de ter conseguido realizar esse documentário e ter vivido/pisado, 'na terra' da banda Jah I Ras.
Da cultura Rastafari já conhecia, mas o documentário trouxe algo a mais sobre.
Um abraço e que você continue desfrutando de bons sons e que também continue tendo o privilegio para realizar mais e mais documentários.
ps: Ah vim parar do nada em seu blog, estava fuçando twitter’s e acabei achando. rs