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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Repórter solitária, queria mesmo era ter amigos de verdade

Quem via de longe, achava que eram duas mil maravilhas. Trabalhar em TV de grande porte, viagens constantes, um bom salário, estar em alta no mercado.

O lugar que chegou era alto, sempre foi o foco. Começou na TV do bairro, passou pela da faculdade e foi crescendo. Cansou de engolir sapos (que aconteciam até hoje) e tomar porta na cara. Ficou desempregada algumas vezes, pensou em mudar de ramo, mas persistiu, batalhou, prosperou.

Quando via tudo isso, ficava feliz demais. Mas esse demais era pouco. Era quase tudo que tinha. A convivência e o calor humano eram o que faltavam. Depois de um noivado fracassado de dois anos, tudo terminou na hora certa, seria pior continuar. Amigos, dois, somente. Um morava em São Paulo. Jornalista competente, há alguns anos por lá. Quem sobrou era uma antiga colega de faculdade, também já não a via há meses.

Com os colegas de TV, tudo muito profissional. De casa para o trabalho e vice-versa, sem muito happy hour. Poucos sabiam da rotina esmagante pra manter o corpo e o visual em forma. Aparecer na TV não é fácil. Acordava às 6h pra natação, academia e pilates, em dias diferentes. O trabalho começava ao meio dia e ia até a hora que acabasse. A rotina era dura, mas prazerosa. O trabalho era tudo que tinha.

No Facebook, era um sucesso. Cheia de 'amigos', curtições e pedidos de amizade. No fundo, aquilo ali valia pouco. Quando muitos comentavam que sua profissão era a melhor do mundo, só pensava uma coisa: "Grandes bostas". Queria mesmo era ser feliz e ter amigos de verdade.

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