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terça-feira, 21 de abril de 2009

Caindo na real

Quem diria que tudo aquilo seria assim?

Seu sonho, desde moleque, era ser jornalista. Só que ele ainda não sabia. Mas curiosidade e vontade de transformar uma cena, um gesto ou uma situação em palavras sempre estiveram ali presentes, mesmo sem muita nitidez. Até quem um dia descobriu que era por aquele caminho que deveria seguir. Ainda bem, tem muita gente que vai fazendo anos de vida e não consegue descobrir o que gosta e quer fazer até o resto de sua existência.

Via alguns dos profissionais da sua área como pessoas intocáveis, distantes, que lhe davam uma sensação de êxtase, algo como "putz, queria estar ali, um dia chego lá...".

Mas pra isso só o tempo pra dizer. Enquanto a hora não chega, dedicação e interesse não fazem mal algum.

Até uma hora em que (quase) tudo veio a tona. Escutou, durante uma sentada solitária em uma mesa de bar, como funcionava a relação dos profissionais de uma das empresas em que sonhava fazer parte, como tudo acontecia. Definitivamente, não era o conto de fadas imaginado. Já tinha uma noção de que algo como aquilo que escutava acontecia, mas uma coisa é ouvir falar, outra é presenciar e praticamente sentir na pele. Uma boa audição e perspicácia fizeram a diferença para a nova descoberta.

Mas nem por isso desanimou da profissão. Percalços existem em várias. Não era por causa de uma coisa ou outra (mesmo que relevantes) que iria desistir do sonho que havia se mostrado presente há apenas alguns anos.

Pra quem tem talento, existe espaço de sobra. E pode ter certeza de que o reconhecimento aparece pra quem é bom de serviço. Mesmo em lugares onde nem tudo são maravilhas.

O crescimento é inevitável. As situações corriqueiras e cotidianas que, às vezes se mostram estressantes e cansativas, dão uma força a mais para continuar, e se tudo der certo, estar em outra dali um tempo. E acreditava, de verdade, que aquilo era inevitável. Um verdadeiro afago na angústia que lhe incomoda tanto e que lhe faz pensar, em tantos momentos, em como e onde vai estar em cinco ou dez anos. Bem caminhado ou um quase-nada?

Aquela havia sido uma das melhores experiências de sua vida até então. Não só profissional, mas como pessoal. Ia levar pra vida toda.

E assim foi pensando, na volta pra casa, em tudo que havia aprendido, visto, ouvido e sentido em pouco tempo, mas que seria válido por um tempo infinito.

Agradecido, tentou dormir. Mas o pensamento insistia em permanecer por ali, mesmo com a chegada do sono.

A realidade era bem mais dura do que pensara.

2 comentários:

Anônimo disse...

o gorducho foi gennial no gol e na comemoração!!!!

Raquel Silva disse...

Pow Dan! Adorei seu blog!
Muito legal mesmo! Entra no meu depois!