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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Disfarces

Sou contra as torcidas organizadas no Brasil. Ultimamente, tudo que elas tem feito é cantar músicas de guerra e violência e tentar, de alguma forma, conseguir algum poder dentro dos clubes. Muitas, até hoje, realizam reuniões com presidentes de clubes para dar seus pitacos, além de receberem ingressos para as partidas do time, dentro e fora de casa. Não sei como dirigentes ainda permitem tal façanha.

Lugar de torcida é na arquibacana. Não sei quando que o jogo começou a virar e os integrantes começaram a ganhar espaço dentro dos clubes. A torcida do Atlético Mineiro ficou P da vida quando Ziza Valadares determinou que nenhum ingresso seria destinado à essas gangues, disfarçadas de organizações em prol do clube. O que acontece, na maioria dos casos, é que o clube não é a prioridade destas agremiações. Elas buscam, através dos clubes e jogos, obterem poder e notoriedade.

Seus integrantes costumam ser bandidos disfarçados de torcedores, que vão aos estádios para roubar, badernar, fazer quebra-quebra e provocar o maior número de alvoroços possíveis. Eles não vão aos estádios para apoiar o time, para entoar cânticos que falam do amor pelo clube, da paixão em vestir um manto sagrado desta ou daquela cor ou para aplaudir este ou aquele jogador. As músicas só enfatizam a torcida específica e seguidamente falam de brigas contra a torcida rival, onde "bota pra correr" e "dar porrada" são termos comuns.

Ultimamente, a torcida do Cruzeiro tem se manifestado com músicas que falam do futebol, da importância da torcida no campo para apoiar o time, do amor incondicional às cores do clube e da tradição da equipe. Acredito que tais ações são um baita combustível para que mais torcedores vão aos estádios. Uma outra boa jogada do time azul foi a campanha de marketing em vários meios de comunicação, mostrando a importância da torcida ir ao estádio para apoiar o time. Vaias somente no final do jogo, por favor.

É completamente diferente você cantar uma música que apoia o clube do que uma outra que incentiva a violência e prega o "poder" de uma torcida, que se acha a tal, somente pelo número de integrantes associados. Quantidade não é qualidade.

No jogo entre Atlético e Botafogo, um princípio de confusão se deu, quando torcedores comuns perceberam que a maior torcida do time da casa estava lado a lado com integrantes da torcida do clube carioca. Xingamentos foram lançados contra a torcida principal. A Força Jovem do Botafogo se manifestou, se unindo à torcida do Atlético, bem no meio da arquibancada, durante o intervalo. Houve um breve corre-corre, mas nada demais acabou acontecendo.

Há tempos atrás, esse tipo de coisa não existia. Todos chegavam aos estádios juntos e não existia estes grupos dentro de uma torcida, cada um com objetivos diferentes e particulares. Hoje em dia, se um camarada é visto com a camisa do rival nas ruas, é caçado como se fosse um pedaço de carne. De que adianta isso eu ainda não sei.

O cara tem o direito de torcer para o time que quiser, do mesmo jeito que eu ou você tem. Não é porque a figura torce pro time X ou Y que me dá o motivo de encher o cara de porrada com inúmeros parceiros de torcida ou atirar nele até a morte, como se tivesse estuprado um menor de idade da própria família.

Gostaria muito de ver, em breve, uma torcida única nos estádios, se manifestando em prol da equipe, única e exclusivamente. Nada de faixas de torcidas assim ou assado, deste ou daquele lugar. Somente as cores da equipe da casa e todos empurrando o time com músicas que possam realmente incentivar os jogadores a darem o seu melhor e não a fazê-los pensar que podem ser alvo de ataques quando saírem na rua no dia seguinte.

Aquele esquema de cadastro de torcedores é uma boa opção. Só entra quem tiver a ficha limpa.
E todo mundo de carteirinha de identificação na mão. Tenho certeza que os baderneiros vão começar a desaparecer, um por um. Outra alternativa seria colocar o ingresso lá emcima. Nesse caso, só a elite se apresentaria. Não gosto muito desta opção. Futebol é para todos.

A Copa do Mundo vem aí. Melhor a organização começar...

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